quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Curiosidades acerca de Miguel Torga

Miguel Torga
( 12 de Agosto de 1907 - 17 de Janeiro de 1995 )

Adolfo Rocha, foi médico no Hospital da Misericórdia. Oriundo de uma família humilde de Sabrosa, era filho de Francisco Correia Rocha e Maria da Conceição Barros.

Em 1917, aos dez anos, foi para uma casa apalaçada do Porto, habitada por parentes da família. Fardado de branco, servia de porteiro, moço de recados, regava o jardim, limpava o pó, polia os metais da escadaria nobre e atendia campainhas. Foi despedido um ano depois, devido à constante insubmissão.

Em 1918, foi mandado para o Seminário de Lamego, onde viveu um dos anos cruciais da sua vida. Estudou Português, Geografia e História, aprendeu latim e ganhou familiaridade com os textos sagrados. Pouco depois comunicou ao pai que não seria padre.

Emigrou para o Brasil em 1919, com quinze anos, para trabalhar na fazenda do tio, proprietário de uma exploração de café. O tio apercebe-se da sua inteligência e patrocina-lhe os estudos liceais, em Leopoldina. Distingue-se como um aluno dotado. Em 1925, na convicção de que ele havia de vir a ser doutor em Coimbra, o tio propôs-se pagar-lhe os estudos como recompensa dos cinco anos de serviço - o que levou ao seu regresso a Portugal.


Em 1928, entra para a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e publica o seu primeiro livro de poemas, "Ansiedade".

Em 1929, com vinte e dois anos, deu início à colaboração na revista "Presença", folha de arte e crítica, com o poema "Altitudes". Em 1930, rompe definitivamente com a revista Presença, por «razões de discordância estética e razões de liberdade humana».

Em 1933, concluiu a licenciatura em Medicina com apoio do tio do Brasil. Começou a exercer a profissão nas terras agrestes transmontanas de resto, o pano de fundo de grande parte da sua obra. A partir de 1939, exerceu a sua profissão de médico em Coimbra, onde escreveu a maioria dos seus livros.

Origem do pseudónimo:
Em 1934, aos 27 anos, Adolfo Correia Rocha autodefiniu-se pelo pseudónimo que criou, "Miguel" e "Torga". Miguel, em homenagem a dois grandes vultos da cultura ibérica: Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno. Já Torga é uma planta brava da montanha, que deita raízes fortes sob a aridez da rocha, de flor branca, arroxeada ou cor de vinho, com um caule incrivelmente rectilíneo.

A sua campa rasa em São Martinho de Anta tem uma torga plantada a seu lado, em honra ao poeta.

Ass: Daniel Ferreira

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